quinta-feira, 2 de junho de 2011


-Acho que nunca ninguém vai  ter a capacidade de Me perceber. Nunca ninguém vai conseguir saber aquilo que eu sinto e aquilo que me atormenta e persegue a todo o tempo. Culpa, angústia. Dor. Dor insuportável. Lágrimas constantes. Choros intermináveis. Nem mesmo tu. Sim tu. Tu que pensava que me perceberias sempre. Mudas-te. Estás diferente. Pareces uma pedra, gelada.
- Alguém me congelou. E nem mesmo tu, nem mesmo tu conseguiste proteger-me deste inverno constante, deste frio dentro de mim. Mas agora, tu que não me proteges-te também estás a sofrer. Agora és tu que vais chocar dentro disto. Dentro disto, que é meu.
- continuo a gostar tanto de ti!
- aserio? Eu acho que sim. Ou acho que não. O gelo, sabes, não é muito transparente. O mundo esterior é ligeiramente deformado desta vista, assim assim.
- Pensei que fosses diferente. Que fosses aquela que jamais me julgaria.
- Julgo-te porque estás a fazer passar a alguém, o que alguém me fez passar a mim, e sabes não gostei.
- não me conheces.
- nunca te conheci, punha as mãos no fogo que jámais o farias.

sofia magalhães

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